Junte-se a nós neste fim de semana de vontades e sentir o calor e a partilha no coração...
registos do nosso encontro de São Miguel
Encontro de São Miguel
No momento de cerimónia muitas preces foram deixadas, até a querida Luisa Barreto soltou uma melodia encantada...
"ESCOLA A OLIVEIRA ,
NUM PEQUENO MONTE,
TU ÉS HOSPEDEIRA DO HORIZONTE
ESCOLA A OLIVEIRA
Á BEIRA DA ESTRADA
TU ÉS MENSAGEIRA DA CAMINHADA"
FIM.... mas esperando novos encontros
“LUZ E ESCURIDÃO NO NOSSO TEMPO”
A luz e a escuridão
está em nós, desde a criação do mundo até aos dramáticos acontecimentos do
nosso tempo, e às vivências e lutas interiores de cada um. Como fortalecer,
como usar a luz? Como relacionar-se com a escuridão? - Será este o tema do
Encontro para o qual convidamos desde já todos os amigos. Vamos trabalhar, artísticamente,
conceitos, vivências, e relações.
No fim de semana 29 e 30 de Setembro celebramos em conjunto o dia de São Miguel na companhia do grupo da Sociedade Antroposófica e amigos. Professores , médicos, educadores, pais, e amigos se juntaram vindos de todo o pais para este encontro. Foi um fim de semana muito especial. Obrigado a todos os presentes pelas boas preces e vibrações que deixaram por cá!
trabalho artístico sobre o tema " Luz e Escuridão" |
música e alegria |
No momento de cerimónia muitas preces foram deixadas, até a querida Luisa Barreto soltou uma melodia encantada...
"ESCOLA A OLIVEIRA ,
NUM PEQUENO MONTE,
TU ÉS HOSPEDEIRA DO HORIZONTE
ESCOLA A OLIVEIRA
Á BEIRA DA ESTRADA
TU ÉS MENSAGEIRA DA CAMINHADA"
FIM.... mas esperando novos encontros
EM BUSCA DO REI SECRETO
A grande amiga da nossa escola, Luisa Barreto, enviou-nos este poema especialmente para esta época. Aqui fica, para que todos o possam desfrutar.
EM
BUSCA DO REI SECRETO
(Tradução
e adaptação em verso de um conto de E. Karr, por luisa barreto)
in
The
Christmas Story Book, Ed.Floris
Book 1988)
conto
para o advento
(a
partir dos 8 anos )
Em
tempos nada distantes
Um
país ambicioso
Desejou
ser poderoso
E
conquistou os restantes
Tornou-se
rico e tão forte!
Diziam
os habitantes:
Talvez
sim, nós temos sorte…
E
achavam-se importantes
Mas
um dia aconteceu:
Uma
doença alastrou
Toda
a gente adoeceu
Tão
grave ela se tornou
Não
se podiam mexer
Depois
deixavam de falar
(De
que vale enriquecer?)
Já
nem sabiam pensar.
Que
se podia fazer
Para
a doença acabar?
O
Rei então reuniu
Conselheiros
e doutores
E
depois se decidiu
Entre
estes sábios senhores
Mandar
o Rei um pregão
P’lo
país a anunciar
«Quem
souber a solução
P’ró
mal que ataca a nação
Que
a venha ao rei contar»
Chegou
um velho pastor
Que
disse ao Rei inquieto:
-
“Manda a Princesa, senhor
Procurar
o Rei Secreto”
O
Rei primeiro nem queria
Deixar
a princesa ir
Mas
já ele adoecia
Teve
de se decidir
Lá
foi ela mundo fora
O
coração a cantar
A
princesa o povo adora
Seu
povo quer ajudar
“Rei
Secreto, onde se esconde?
Onde
o posso descobrir?
Tenho
de ir, não sei bem onde
Mas
não hei-de desistir”
No
primeiro dia andou
Até
a noite cair
Mas
o Rei não encontrou
Nem
sabia aonde ir
“Rei
Secreto, aonde moras?
Naquilo
que não se vê?
Diz-me,
ó Rei, porque demoras
Se
o meu coração crê?
Qual
é a tua morada?
Onde
moras afinal?
Será
que a noite calada/estrelada
Me
dará um sinal?”
Subiu
a uma colina
Dali
via o céu inteiro
Quem
tem alma peregrina
Tem
o céu por companheiro!
Como
o céu era sem fim?
Era
de um azul profundo
“Debruças-te
sobre mim…
E
assim abraças o mundo”
Sentia
que se alargava
Abraçava
o céu imenso!
Não
tinha medo de nada
“Sou
maior do que o que penso”
Assim,
se encheu de coragem
Envolvida
pelo céu
E
embalada pela aragem
A
princesa adormeceu
De
manhã, e já desperta
Repara
com grande espanto
Que
estava de azul coberta
Com
um lindo e grande manto
…Rei
Secreto
Te
dei um sinal
Manto
assim, decerto
Que
não há igual
Continua
a caminhada
Continua
a andar p’ra frente
Mesmo
se estava cansada
Ajudava
toda a gente
Gente
vinha ter com ela
Alguns
vinham com rancor
Quase
davam cabo dela
Ela
sempre dava amor
Pedia-lhe
uma mulher
Esfarrapada
e já doente:
-
“Oiça lá, você não quer
Dar-me
alguma roupa quente?”
E
logo ali se despiu
Princesa
filha de rei
Deu-lhe
a roupa e lhe sorriu
-
“Toma, não apanhe frio
Com
a capa ficarei”
Mas
então, ó maravilha!
Recebi
um novo p’lo dado
Debaixo
da capa brilha
Lindo
vestido encarnado
… Vestido
assim..
Continuara
o seu caminho
O
terceiro dia a andar
Avança
devagarinho
As
forças estão a faltar
O
caminho é já mais estreito
Há
mais poeira na estrada
Ela
avança já sem grito
Sente
uma pressão no peito
Mas
está determinada
Nunca
esquece o seu intento:
“Meu
andar é já tão lento
“Rei
Secreto, sei-o bem
Não
te acho se não tento
Andar
sempre mais além”
Vai
subindo p’la ladeira
No
topo vê um pomar
De
frondosas macieiras
De
maçãs a cintilar
Deixa-se
cair no chão
E
põe-se então a pensar:
“As
minhas forças não são
Fortes
como o coração
Que
me diz para avançar”
Assim
que pensou aquilo
Sente
uma aragem passar
E
num balançar tranquilo
De
folhagem pelo ar
Duma
árvore viu cair
Da
maior delas tombar
Dois
sapatinhos dourados
Mesmo
prontos p’ra calçar
Dois
sapatinhos dourados
Mesmo
prontos p’ra calçar
Quem
havia de dizer!
Quem
é que está a ajudar?
Quem
tais sapatos meter
Com
mais força há-de avançar!
Os
calçou a princesinha
Em
menos de dois instantes
Nova
força ao corpo vinha!
Que
força que agora tinha!
Nunca
tal sentira dantes
E
continua a jornada
Em
busca do Rei Secreto
Diz
para si, esperançada:
“Ele
está aqui por perto!”
E
como era a pique a estrada
Ao
quarto dia desceu
Por
uma senda inclinada
Tão
íngreme e afundada
Que
p’la terra se meteu
Não
se via mesmo nada
Deixava
de ver o céu
Só
de terra rodeada
Desce
por grutas escavadas
Numa
escuridão de breu
Pouco
a pouco clareou
Cada
vez mais e mais luz
-
“Aonde será que estou?
Onde
é que isto me conduz?”
Cada
vez ia mais fundo
Docemente
uma luz erra
Vinda
de um lugar profundo:
Era
o coração da Terra!
Lá
um grande espaço havia
E
num trono se sentava
Um
jovem Rei que sorria
Como
o sol o Rei brilhava
“… Ó
meu Rei Secreto
Por
fim te encontrei
Tudo
está quieto
Suspenso
e tão perto
De
nada mais sei…
Ó
meu Rei escondido
Deixa-me
aqui estar
O
tempo é comprido
Posso
descansar…
E
pela gruta espalhados
Vieram
ver a Princesa
Gnomos
encarquilhados
Duendes
esverdeados
E
ondinas de tal beleza!
Também
se entreviam fadas
Breves,
lindas e douradas
As
fadas estavam ali
“Ó
meu Rei Escondido
Deixa-me
aqui estar
O
tempo é comprido
Posso
descansar…”
Os
guias da Humanidade
Lá
esperavam tempo que há-de
Do
futuro retornar
E
a mais alta hierarquia
Dos
Anjos, em harmonia
Eram
música no ar
“Ó
meu Rei Escondido
Por
fim te encontrei
Tudo
está quieto
Suspenso
e tão perto
De
nada mais sei…”
O
Rei olhava a donzela
Com
um longo, longo olhar
Percebera
bem que ela
Merecera
ali entrar
Pelo
azul que a coloria
E
o vermelho que usava
E
os sapatos que trazia
Aonde
o Sol rebrilhava!
Deu-lhe
uma taça dourada
Cheia
d’água transparente
-
Prova esta água sagrada
E
leva-a bem guardada
Para
o teu povo doente
Fala
ao teu povo de mim
Dá-lhe
esta água a beber
E
se curará, enfim
Aquele
que quiser crer.
E
a princesa provou
Da
água que Rei lhe dera
Sorriu
ao Rei, o saudou
Tomou
a taça e voltou
P’ro
mundo de onde viera
Muitos
não quiseram crer
Que
houvesse um Rei Secreto
“Como
podia isso ser?!
Era
uma ilusão, decerto…”
Mas
depois houve, porém
A
quem a água fez bem
E
que fizeram curados
Foram
os que acreditaram
Na
água se saciaram
Sentiram-se
abençoados
Muitos
mais inda virão
Abrindo
o seu coração
Áquilo
que é bem verdade:
É
que existe um Rei Secreto
Que
nos dá a liberdade
É
que existe um Rei Secreto
Que
guarda a vida p’ra quem
O
sente entre nós, bem perto
E
por isso a ti vem
Sei
que existe um Rei Secreto
Não
é nenhuma quimera
Habita
entre nós, bem perto
Habita
entre vós, e espera.
FIM
Artesanato Azeitonas
Sugestão de Leitura
Pensamento para esta era de Micael (Rudolf Steneir)
“Temos que erradicar da alma todo medo e terror do que o futuro possa trazer ao homem.
Temos que adquirir serenidade em todos os sentimentos e sensações a respeito do futuro.
Temos que olhar para frente com absoluta equanimidade para com tudo que possa vir.
E temos que pensar somente que tudo o que vier nos será dado por uma direção mundial plena de sabedoria.
Isto é parte do que temos de aprender nesta era: viver em pura confiança, sem qualquer segurança na existênica; confiança na ajuda sempre presente do mundo espiritual.
Em verdade, nada terá valor se a coragem nos faltar.
Disciplinemos nossa vontade e busquemos o despertar interior todas as manhãs e todas as noites.”
o Outono é mágico
Esta pintura feita pela minha filha no ano passado quando estava no 4º ano é realmente mágica!
Obrigado á pedagogia e professores pela grande integração e contacto da natureza no currículo e nas suas vidas ...
O Veado de Plumas
Era uma vez uma rainha que seria completamente feliz se tivesse filhos. Estava, numa ocasião, tão excitada que, não reparando que era o pino do meio-dia, hora em que os anjos do Céu estão cantando, gritou:
- Meu Deus! Pelas horas que são! Daí-me um filho nem que seja com cara de bicho...
Nasceu-lhe um filho forte, bem feito, rosado, mas tendo em vez de rosto um focinho de veado.
Cresceu depressa, muito inteligente e agradável, possuindo uma sabedoria fora do comum e virtudes mágicas. O Rei e a Rainha traziam-no escondido para que ninguém soubesse que o herdeiro do trono tinha cara de veado.
Ao pôr-se rapaz, o príncipe pediu que o deixassem sair pelo mundo, procurando aventuras para esquecer seu físico. Os pais deram a permissão e o príncipe viajou numa noite escura, para que não o vissem os súditos do pai.
Andou, andou, andou dias e dias, até que finalmente chegou a um reinado muito grande e bonito. Logo na entrada da cidade estava um letreiro convidando qualquer homem a construir uma ponte ligando as duas partes do reinado que eram divididas por um abismo sem fundo, obrigando aos moradores a uma volta de quase cem léguas. Quem construísse a ponte seria pago com o seu peso em ouro e casaria com uma das três filhas do rei. Caso contrário sofreria a pena de morte.
Muita gente morrera tentando levantar a ponte. Quando o trabalho estava prestes a findar-se, erguia-se um pé de vento e desmanchava tudo.
O príncipe de cara de veado ofereceu-se e foi aceiro. Ficou na beira do precipício, deitou-se e dormiu como se estivesse em casa. Passou quase todo o dia seguinte passeando e olhando para todos os lados como se não tivesse o que faze. Da janela mais alta do palácio a princesa acompanhava os passos do Cara de Veado.
Ao anoitecer, o príncipe andou para çá e para cá, como se estivesse rezando. Parou, abriu os braços e apareceu uma nuvem e trabalhadores, em ambos os lados da barranca, iniciando imediatamente o serviço. Toda a noite houve um rumor de um formigueiro e ao romper do dia uma ponte de pedra ligava as duas margens do abismo, assombrando a todos.
O Rei, ficou satisfeitíssimo. Cara de Veado recusou o ouro e esperou a noiva. As duas filhas do Rei nem admitiam a idéia de alguém sonhar em casá-las com uma criatura feia como o Cara de Veado. A mais nova declarou-se pronta para ser mulher do príncipe misterioso.
Foi um casamento feito depressa porque não tinha graça ver-se uma moça bonita casada com um camarada meio homem, meio bicho. Depois da cerimônia, o Rei perguntou ao genro onde ele queria morar.
- Na minha casa, real senhor!
E mostrou um palácio que era uma Babilônia, aparecido por encanto perto da mansão do Rei.
A princesa casada vivia feliz mas Cara de Veado não queria acompanhar a mulher para parte alguma, temendo envergonhá-la. As duas outras princesas casaram com dois príncipes elegantes e estavam orgulhosas dos maridos, fazendo inveja à irmã mais moça.
Sucedeu que, de tantos em tantos anos, o Rei mandava realizar umas cavalhadas muito concorridas. Vinha gente até do fim do mundo assistir. Todos os fidalgos corriam ás justas, com lanças, tirando as argolinhas de ouro que eram dadas às damas, com muitos aplausos da multidão. Depois seguia-se um baile que durava a noite toda.
As duas princesas passavam os dias examinando vestidos e sonhando com as festas. A irmã caçula aparentava alegria, mas estava triste porque o marido não havia de corre ás argolinhas com aquela cara.
Na manhã do dia das cavalhadas, Cara de Veado chamou a mulher e lhe disse:
-Aqui está o vestido que você deve ir à festa. Dê-me um banho, cate meus piolhos, perfume meu corpo e ficarei fechado num quarto até sua volta. Não quero que notem sua falta.
A princesa fez tudo quanto o marido pedira e, muito a contragosto, trancou-o num quarto, vestiu-se tomou a carruagem e seguiu. Quando ela apareceu no tablado, todo mundo bateu palmas porque era a mais bonita de todas.
Começou a corrida. No meio dos cavaleiros apareceu um homem desconhecido, bonito, forte, bem armado e num cavalo que era um corisco. Correu todos os torneios e tirou todas as argolinhas. Ninguém o conhecia e quando os cavalheiros desfilaram junto ao Rei para saudá-lo, o desconhecido baixou a lança de prata e deixou todas as argolinhas de ouro no colo da mulher do Cara de Veado.
O Povo bateu tanta palma que a cidade estrondava.
A mulher de Cara de Veado quis sacudir fora as argolinhas e não fez para não afrontar a fidalguia, mas tomou a carruagem e voltou para casa. Encontrou o marido onde deixara, perguntando se gostara das corridas. Ela respondeu contou o que sucedera.
-Você não gostaria de ter se casado com um cavalheiro como esse que lhe deu as argolinhas, do que comigo?
- Eu não troco meu marido por todos os cavalheiros desse mundo respondeu a princesinha.
- Menos dois, disse o Cara de Veado.
A mulher não entendeu e o marido não explicou.
No dia seguinte houve o mesmo caso. O cavalheiro desconhecido reapareceu melhor vestido, melhor montado e armado, e ganhou as argolinhas. Foi saudar o Rei e deitou-as todas no regaço da mulher do Cara de Veado. Depois, picou o cavalo nas esporas e sumiu-se.
A mulher voltou e contou a acontecido. Cara de Veado perguntou se ela não seria mais feliz com o desconhecido do que com ele.
-Eu não trôo meu marido por todos os cavalheiros do mundo, foi a resposta.
-Menos dois, resmungou o Cara de Veado.
No terceiro, a mesma façanha. Cara de Veado ouviu a história a e resposta da esposa e apenas disse:
-Menos dois...
E mandou que a mulher se vestisse para o baile. A mulher não queria ir mas ele obrigou-a. A princesinha foi resolvida a não dançar porque só desejava dançar com o marido. No meio da festa apareceu o cavalheiro misterioso tão bem vestido, que causou espanto. Todas as damas e donzelas queriam dançar com ele mas o cavalheiro foi até lá onde estava a mulher do Cara de Veado e pediu-lhe a honra de uma dança. Para não fazer desfeita, a moça aceitou e dançaram com muita graça várias vezes.
A meia-noite a princesinha saiu do baile e voltou para casa. Encontrou Cara de Veado na mesma posição e houve a mesma troca de perguntas e respostas.
- Menos dois, repetiu.
Pela manhã a mulher deu comida ao marido e foi administrar sua casa. Num quarto velho que havia no fim do palácio, viu um armário grande, empoeirado. Espanou-o e abriu-o. Qual não foi a sua surpresa quando deparou todas as roupas que o cavalheiro misterioso usara nos três dias do torneio e no baile da véspera.Estava de boca aberta mirando aquelas maravilhas quando ouviu um gemido. Voltou-se e viu o Cara de Veado.
- Você não ouviu eu dizer, por quatro vezes, “menos dois”? Pois cada vez que tinha uma prova de sua fidelidade, descontava dois anos no tempo do meu encanto. Esse quarto fechado não podia ser aberto porque fica fora do governo da casa. Sua curiosidade mudou meu destino e não posso mais ficar aqui.
A princesinha começou a chorar. Cara de Veado abriu uma janela enorme que havia e pediu para que a mulher olhasse para o nascente e fosse dizendo o que avistasse. A mulher obedeceu.
-Estou vendo uma nuvem escura!
- Não é essa...
- Estou vendo uma nuvem cinzenta!
-Não é essa...
-Estou vendo uma nuvem branca!
- È esta! Adeus!
A nuvem branca foi crescendo, crescendo, encheu o quarto e no meio dela Cara de Veado pulou. A nuvem subiu, subiu, e a mulher avistou um grande veado coberto de plumas, olhando-a do alto. E desapareceu.
Imediatamente o palácio desmanchou-se como se fosse feito de fumaça. A princesinha voltou para o palácio do rei seu Pai, chorando muito como uma órfã. O Rei recebeu-a muito bem mas as duas irmãs riram muito as situação dela.
-Quem lhe obrigou a casar com o bicho em vez de casar com gente? Vá procurar seu marido nos matos!...
A princesinha deliberou procurar o marido pelo mundo. Muniu-se de um cordão e caminhou, caminhou, caminhou...
Num cair da noite chegou a uma casinha muito limpa e agradável, onde viu uma velha asseada e risonha que a recebeu com caridade. Deu-lhe de comer, de beber. A princesinha contou sua vida. A velha disse:
-minha filha, isto aqui é perigoso, mas como você é protegida de Deus, eu vou tentar. Esconda-se por trás desse fogão porque minha filha quando chegar tudo fica gelado.
-Quem é sua filha?
-A Lua!
Quando a lua chegou, a casinha ficou banhada por uma luz que parecia leite. A Lua estava de mau humor, farejando alto:
-Aqui me cheira sangue real!Aqui me cheira sangue real!
-Não é nada, minha filha. Jante e vamos conversar.
A Lua jantou e sossegou. A mãe perguntou:
-Minha filha, se por aqui chegasse uma peregrina, cansada e triste, que faria você?
-Eu, minha mãe? Tratá-la-ia bem...
A moça saiu de trás do fogão e a Lua recebeu-a bem, ouvindo-a contar sua história. Depois disse:
-Queria ajudar mas não sei onde fica o reinado do Veado de Plumas. Quem deve saber é minha madrinha, a Noite.
Sucedeu na casa da Noite o mesmo que houvera na casa da Lua. A Noite ignorava o reinado do Veado de plumas e indicou a casa do sol.
A princesinha seguiu seu caminho. O Sol, aquietado por sua mãe conversou com a moça mas desenganou-a quanto ao itinerário.
-Não sei. Quem deve saber são os Ventos.
Lá se foi a princesinha para a casa dos Ventos. A mãe dos Ventos Alimentou-a, escondeu-a e aplacou a fúria dos filhos que chegaram uivando como uns desesperados. Depois do jantar, puseram-se ás boas e entraram na conversa. O vento Norte não sabia nem o Vento Sul. O Vento Oeste já ouvira falar. O Vento Leste ficou importante:
-Sei onde é. Fica longe. È um reinado bonito, governado por um veado vestido de plumas muito alvas e brilhantes. Eu a levo amanhã.
Pela madrugada a mãe dos Ventos acordou a princesinha e lhe disse:
- Minha filha, quando você chegar lá, esconda-se na mata da lagoa do meio. Tem duas pedras de prata numa margem e aí todos os bichos encantados vêm beber água, diariamente. Fique de jeito que, assim que o Veado de Plumas baixar a cabeça n água, pule em cima dele, agarre-se nele e não se solte, haja o que houver. Deus a leve...
O Vento do nascente arrebatou a moça e voou quase todo o dia. Ao tombar da noite deixou-a num caminho, perto da floresta. A moça viu a lagoa. Correu para lá e escondeu-se, junto das duas pedras de prata.
Todos os animais vinham beber, aos poucos grupos. Ao crepúsculo, ouvia-se um barulho de paus quadrados e galhos partidos e os bichos todos correram com medo. Apareceu então um veado de Plumas enorme, majestoso como um monarca, e veio vindo, veio vindo, devagar, o focinho para o ar, desconfiado. Ia chegando para perto e de repente, dava um trote e ficava longe. Depois voltava, aspirando forte, inquieto. Tanto se chegou, tanto se chegou que deu as costas para o lado da moça e pôs o focinho n água da lagoa. A moça, mais que depressa, saltou-lhe em cima, grudando-se no seu pescoço como se fosse um cadeado.
O Veado de Plumas deu mais de mil saltos, pulos, reviravoltas, bramando, atirando coices que escureciam, esfregando-se pelas árvores, correndo, mas a princesinha não largou e mais e mais se segurava naquele turbilhão de pinotes e piruetas. Tanto o Veado saltou e se encostou nos espinhos que as plumas foram voando, uma a uma. Quando o veado cansou extenuado, e parou, estava mudado num príncipe bonito e forte, com a princesinha pendurada ao pescoço.
Foram juntos para o palácio que se erguia no centro da floresta. Entraram e foram recebidos pelos fidalgos que eram os animais desencantados. Um jantar magnífico apareceu e festejaram toda a noite o fim da penitencia.
Pela manhã o Rei, sogro do Cara de Veado, foi olhar pela janela do seu palácio e viu um castelo muito mais importante que o seu, ao lado. Mandou perguntar quem morava nele e ao saber que voltara sua filha e o marido, correu para abraçá-los, chorando de alegria.
Houve festejos públicos três dias.
As duas princesas ficaram tão furiosas com a vitória da irmã que se precipitaram da torre, espatifando-se nos lajedos da calçada.
A rainha mãe de Cara de Veado, que estivera todo esse tempo muda, recobrou a fala, sinal que Deus lhe perdoara.
Nasceu-lhe um filho forte, bem feito, rosado, mas tendo em vez de rosto um focinho de veado.
Cresceu depressa, muito inteligente e agradável, possuindo uma sabedoria fora do comum e virtudes mágicas. O Rei e a Rainha traziam-no escondido para que ninguém soubesse que o herdeiro do trono tinha cara de veado.
Ao pôr-se rapaz, o príncipe pediu que o deixassem sair pelo mundo, procurando aventuras para esquecer seu físico. Os pais deram a permissão e o príncipe viajou numa noite escura, para que não o vissem os súditos do pai.
Andou, andou, andou dias e dias, até que finalmente chegou a um reinado muito grande e bonito. Logo na entrada da cidade estava um letreiro convidando qualquer homem a construir uma ponte ligando as duas partes do reinado que eram divididas por um abismo sem fundo, obrigando aos moradores a uma volta de quase cem léguas. Quem construísse a ponte seria pago com o seu peso em ouro e casaria com uma das três filhas do rei. Caso contrário sofreria a pena de morte.
Muita gente morrera tentando levantar a ponte. Quando o trabalho estava prestes a findar-se, erguia-se um pé de vento e desmanchava tudo.
O príncipe de cara de veado ofereceu-se e foi aceiro. Ficou na beira do precipício, deitou-se e dormiu como se estivesse em casa. Passou quase todo o dia seguinte passeando e olhando para todos os lados como se não tivesse o que faze. Da janela mais alta do palácio a princesa acompanhava os passos do Cara de Veado.
Ao anoitecer, o príncipe andou para çá e para cá, como se estivesse rezando. Parou, abriu os braços e apareceu uma nuvem e trabalhadores, em ambos os lados da barranca, iniciando imediatamente o serviço. Toda a noite houve um rumor de um formigueiro e ao romper do dia uma ponte de pedra ligava as duas margens do abismo, assombrando a todos.
O Rei, ficou satisfeitíssimo. Cara de Veado recusou o ouro e esperou a noiva. As duas filhas do Rei nem admitiam a idéia de alguém sonhar em casá-las com uma criatura feia como o Cara de Veado. A mais nova declarou-se pronta para ser mulher do príncipe misterioso.
Foi um casamento feito depressa porque não tinha graça ver-se uma moça bonita casada com um camarada meio homem, meio bicho. Depois da cerimônia, o Rei perguntou ao genro onde ele queria morar.
- Na minha casa, real senhor!
E mostrou um palácio que era uma Babilônia, aparecido por encanto perto da mansão do Rei.
A princesa casada vivia feliz mas Cara de Veado não queria acompanhar a mulher para parte alguma, temendo envergonhá-la. As duas outras princesas casaram com dois príncipes elegantes e estavam orgulhosas dos maridos, fazendo inveja à irmã mais moça.
Sucedeu que, de tantos em tantos anos, o Rei mandava realizar umas cavalhadas muito concorridas. Vinha gente até do fim do mundo assistir. Todos os fidalgos corriam ás justas, com lanças, tirando as argolinhas de ouro que eram dadas às damas, com muitos aplausos da multidão. Depois seguia-se um baile que durava a noite toda.
As duas princesas passavam os dias examinando vestidos e sonhando com as festas. A irmã caçula aparentava alegria, mas estava triste porque o marido não havia de corre ás argolinhas com aquela cara.
Na manhã do dia das cavalhadas, Cara de Veado chamou a mulher e lhe disse:
-Aqui está o vestido que você deve ir à festa. Dê-me um banho, cate meus piolhos, perfume meu corpo e ficarei fechado num quarto até sua volta. Não quero que notem sua falta.
A princesa fez tudo quanto o marido pedira e, muito a contragosto, trancou-o num quarto, vestiu-se tomou a carruagem e seguiu. Quando ela apareceu no tablado, todo mundo bateu palmas porque era a mais bonita de todas.
Começou a corrida. No meio dos cavaleiros apareceu um homem desconhecido, bonito, forte, bem armado e num cavalo que era um corisco. Correu todos os torneios e tirou todas as argolinhas. Ninguém o conhecia e quando os cavalheiros desfilaram junto ao Rei para saudá-lo, o desconhecido baixou a lança de prata e deixou todas as argolinhas de ouro no colo da mulher do Cara de Veado.
O Povo bateu tanta palma que a cidade estrondava.
A mulher de Cara de Veado quis sacudir fora as argolinhas e não fez para não afrontar a fidalguia, mas tomou a carruagem e voltou para casa. Encontrou o marido onde deixara, perguntando se gostara das corridas. Ela respondeu contou o que sucedera.
-Você não gostaria de ter se casado com um cavalheiro como esse que lhe deu as argolinhas, do que comigo?
- Eu não troco meu marido por todos os cavalheiros desse mundo respondeu a princesinha.
- Menos dois, disse o Cara de Veado.
A mulher não entendeu e o marido não explicou.
No dia seguinte houve o mesmo caso. O cavalheiro desconhecido reapareceu melhor vestido, melhor montado e armado, e ganhou as argolinhas. Foi saudar o Rei e deitou-as todas no regaço da mulher do Cara de Veado. Depois, picou o cavalo nas esporas e sumiu-se.
A mulher voltou e contou a acontecido. Cara de Veado perguntou se ela não seria mais feliz com o desconhecido do que com ele.
-Eu não trôo meu marido por todos os cavalheiros do mundo, foi a resposta.
-Menos dois, resmungou o Cara de Veado.
No terceiro, a mesma façanha. Cara de Veado ouviu a história a e resposta da esposa e apenas disse:
-Menos dois...
E mandou que a mulher se vestisse para o baile. A mulher não queria ir mas ele obrigou-a. A princesinha foi resolvida a não dançar porque só desejava dançar com o marido. No meio da festa apareceu o cavalheiro misterioso tão bem vestido, que causou espanto. Todas as damas e donzelas queriam dançar com ele mas o cavalheiro foi até lá onde estava a mulher do Cara de Veado e pediu-lhe a honra de uma dança. Para não fazer desfeita, a moça aceitou e dançaram com muita graça várias vezes.
A meia-noite a princesinha saiu do baile e voltou para casa. Encontrou Cara de Veado na mesma posição e houve a mesma troca de perguntas e respostas.
- Menos dois, repetiu.
Pela manhã a mulher deu comida ao marido e foi administrar sua casa. Num quarto velho que havia no fim do palácio, viu um armário grande, empoeirado. Espanou-o e abriu-o. Qual não foi a sua surpresa quando deparou todas as roupas que o cavalheiro misterioso usara nos três dias do torneio e no baile da véspera.Estava de boca aberta mirando aquelas maravilhas quando ouviu um gemido. Voltou-se e viu o Cara de Veado.
- Você não ouviu eu dizer, por quatro vezes, “menos dois”? Pois cada vez que tinha uma prova de sua fidelidade, descontava dois anos no tempo do meu encanto. Esse quarto fechado não podia ser aberto porque fica fora do governo da casa. Sua curiosidade mudou meu destino e não posso mais ficar aqui.
A princesinha começou a chorar. Cara de Veado abriu uma janela enorme que havia e pediu para que a mulher olhasse para o nascente e fosse dizendo o que avistasse. A mulher obedeceu.
-Estou vendo uma nuvem escura!
- Não é essa...
- Estou vendo uma nuvem cinzenta!
-Não é essa...
-Estou vendo uma nuvem branca!
- È esta! Adeus!
A nuvem branca foi crescendo, crescendo, encheu o quarto e no meio dela Cara de Veado pulou. A nuvem subiu, subiu, e a mulher avistou um grande veado coberto de plumas, olhando-a do alto. E desapareceu.
Imediatamente o palácio desmanchou-se como se fosse feito de fumaça. A princesinha voltou para o palácio do rei seu Pai, chorando muito como uma órfã. O Rei recebeu-a muito bem mas as duas irmãs riram muito as situação dela.
-Quem lhe obrigou a casar com o bicho em vez de casar com gente? Vá procurar seu marido nos matos!...
A princesinha deliberou procurar o marido pelo mundo. Muniu-se de um cordão e caminhou, caminhou, caminhou...
Num cair da noite chegou a uma casinha muito limpa e agradável, onde viu uma velha asseada e risonha que a recebeu com caridade. Deu-lhe de comer, de beber. A princesinha contou sua vida. A velha disse:
-minha filha, isto aqui é perigoso, mas como você é protegida de Deus, eu vou tentar. Esconda-se por trás desse fogão porque minha filha quando chegar tudo fica gelado.
-Quem é sua filha?
-A Lua!
Quando a lua chegou, a casinha ficou banhada por uma luz que parecia leite. A Lua estava de mau humor, farejando alto:
-Aqui me cheira sangue real!Aqui me cheira sangue real!
-Não é nada, minha filha. Jante e vamos conversar.
A Lua jantou e sossegou. A mãe perguntou:
-Minha filha, se por aqui chegasse uma peregrina, cansada e triste, que faria você?
-Eu, minha mãe? Tratá-la-ia bem...
A moça saiu de trás do fogão e a Lua recebeu-a bem, ouvindo-a contar sua história. Depois disse:
-Queria ajudar mas não sei onde fica o reinado do Veado de Plumas. Quem deve saber é minha madrinha, a Noite.
Sucedeu na casa da Noite o mesmo que houvera na casa da Lua. A Noite ignorava o reinado do Veado de plumas e indicou a casa do sol.
A princesinha seguiu seu caminho. O Sol, aquietado por sua mãe conversou com a moça mas desenganou-a quanto ao itinerário.
-Não sei. Quem deve saber são os Ventos.
Lá se foi a princesinha para a casa dos Ventos. A mãe dos Ventos Alimentou-a, escondeu-a e aplacou a fúria dos filhos que chegaram uivando como uns desesperados. Depois do jantar, puseram-se ás boas e entraram na conversa. O vento Norte não sabia nem o Vento Sul. O Vento Oeste já ouvira falar. O Vento Leste ficou importante:
-Sei onde é. Fica longe. È um reinado bonito, governado por um veado vestido de plumas muito alvas e brilhantes. Eu a levo amanhã.
Pela madrugada a mãe dos Ventos acordou a princesinha e lhe disse:
- Minha filha, quando você chegar lá, esconda-se na mata da lagoa do meio. Tem duas pedras de prata numa margem e aí todos os bichos encantados vêm beber água, diariamente. Fique de jeito que, assim que o Veado de Plumas baixar a cabeça n água, pule em cima dele, agarre-se nele e não se solte, haja o que houver. Deus a leve...
O Vento do nascente arrebatou a moça e voou quase todo o dia. Ao tombar da noite deixou-a num caminho, perto da floresta. A moça viu a lagoa. Correu para lá e escondeu-se, junto das duas pedras de prata.
Todos os animais vinham beber, aos poucos grupos. Ao crepúsculo, ouvia-se um barulho de paus quadrados e galhos partidos e os bichos todos correram com medo. Apareceu então um veado de Plumas enorme, majestoso como um monarca, e veio vindo, veio vindo, devagar, o focinho para o ar, desconfiado. Ia chegando para perto e de repente, dava um trote e ficava longe. Depois voltava, aspirando forte, inquieto. Tanto se chegou, tanto se chegou que deu as costas para o lado da moça e pôs o focinho n água da lagoa. A moça, mais que depressa, saltou-lhe em cima, grudando-se no seu pescoço como se fosse um cadeado.
O Veado de Plumas deu mais de mil saltos, pulos, reviravoltas, bramando, atirando coices que escureciam, esfregando-se pelas árvores, correndo, mas a princesinha não largou e mais e mais se segurava naquele turbilhão de pinotes e piruetas. Tanto o Veado saltou e se encostou nos espinhos que as plumas foram voando, uma a uma. Quando o veado cansou extenuado, e parou, estava mudado num príncipe bonito e forte, com a princesinha pendurada ao pescoço.
Foram juntos para o palácio que se erguia no centro da floresta. Entraram e foram recebidos pelos fidalgos que eram os animais desencantados. Um jantar magnífico apareceu e festejaram toda a noite o fim da penitencia.
Pela manhã o Rei, sogro do Cara de Veado, foi olhar pela janela do seu palácio e viu um castelo muito mais importante que o seu, ao lado. Mandou perguntar quem morava nele e ao saber que voltara sua filha e o marido, correu para abraçá-los, chorando de alegria.
Houve festejos públicos três dias.
As duas princesas ficaram tão furiosas com a vitória da irmã que se precipitaram da torre, espatifando-se nos lajedos da calçada.
A rainha mãe de Cara de Veado, que estivera todo esse tempo muda, recobrou a fala, sinal que Deus lhe perdoara.
(A professora Cecília Bonna escolheu a história O Veado de Plumas para ser lida nesta edição, por conter vários elementos vivenciados nesta época de Micael. Podemos listar a superação do físico, o enfrentamento de obstáculos, a construção da ponte para outra dimensão (a espiritual) e a vitória sobre o encantamento. Descubra você e seu filho que outras lições de vida é possível extrair dessa história bastante conhecida no norte e nordeste do país.)
(Transcrito do livro Contos Tradicionais do Brasil, Editora Itatiaia Ltda e Editora universidade de São Paulo, 1986)
(extraído da Revista Micael nº07 Ano II – Colégio Waldorf Micael de São Paulo)
Època de São Miguel
Estamos na Època de São Miguel eis aqui alguns ambientes a sala da Figueira 1ª classe, mesa da estação e quadro
AVALIAÇÃO DA PEDAGOGIA WALDORF
É interessante conhecermos a avaliação que é feita da pedagogia Waldorf por especialistas da educação da OCDE. Sugerimos que leiam o artigo (em inglês) neste blog. (Obrigada pela informação, Ian!)