"Segundo Rudolf Steiner, as borboletas são flores que se desprenderam da terra... E as flores são borboletas que a terra apreendeu...
Seja como for, se as flores marcam a Primavera, as borboletas são o seu maior símbolo.
São quatro fases da mesma vida: ovo, lagarta, casulo e borboleta.
O ovo representa a potencialidade do ser guardada dentro de um invólucro de heranças parentais, fundamental para desenvolver a solidez das bases estruturais do indivíduo.
Mas num determinado momento, torna-se necessário romper essa capa de protecção para caminha com as suas próprias pernas.
A lagarta tem o aprendizado da terra, do rastejar, das coisas que se processam lentamente.
Simboliza os cuidados com o mundo físico, com os aspectos materiais que compõem a existência quotidiana.
Pode ser o lado mais pesado da vida.
O casulo é como se retornasse ao estágio do ovo, mas por escolha pessoal.
Criar um casulo para si mesmo, como uma forma de se conectar com os seus sentimentos, com a sua interioridade e os seus próprios desejos.
E, finalmente, as asas libertam a borboleta!
Mas para se chegar à borboleta é preciso superar o conforto e a comodidade do "já conhecido"...
É preciso deixar morrer o velho e partir ao encontro das possibilidades em aberto, sem certezas, sem garantias.
A borboleta é a lição viva de que tudo é passageiro.
Assim também somos nós...
Uns vivem para sempre no ovo...
Outros jamais passam de lagarta...
E há quem viva "gestando" num sonho, num ideal, mas sem nada realizar...
Ainda existem aqueles que, com esforço, se libertam, ganham asas e voam leves!
Pousam aqui e ali, no colorido das flores e só de existir fazem a vida mais bela!
Viver é cumprir fase por fase. Desapegar-se do antigo e entregar-se ao novo até ser capaz de voar."